Maria do socorro Vieira Freire
4 min readApr 27, 2021

BRASILIA: AQUI VIVE A ESPRANÇA- Socorro Freire.

Eu sou Vilmar, casado com uma carioca e, moro no Rio de janeiro. Felizes? nunca fomos mais íamos levando. E como filho único sentia muita falta da minha mãe por que a minha amada esposa não a queria por perto de forma alguma.

Depois de mais uma crise em que a senhora Betânia ficou sem falar comigo durante uma semana, e para variar perdi o meu emprego. Então peguei o necessário e voltei para Brasília, onde estava minha progenitora.

Vi tentar conseguir algo melhor.

Como sempre, fui muito bem recebido por minha mãe aposentada pelo governo do distrito federal.

Tentei arrumar um emprego mais vi que as coisas aqui não eram tão fáceis assim como imaginava, oportunidades aqui só para quem tem um QI (quem indica) bem forte.

Não conseguindo emprego, registrei meu carro e fui fazer Uber pelas ruas da cidade do presidente. Numa madrugada vi um carro preto parado no meio de uma avenida na parte norte da capital e pelo movimento vi que pessoas faziam sexo lá dentro. Parei a uma certa distância e fiquei observando.

Não demorou muito, uma moça foi jogada para fora do carro completamente pelada, e o cara arrancou em alta velocidade, cantado pneus. Fui correndo até ela, estava chorando tapando os seios com as mãos. Eu perguntei o que havia acontecido, ela me disse que era prostituta e o cara foi embora sem lhe pagar,e ainda levou suas roupas. Pelo carrão do cara não era nem um pé rapado. Bom coloquei a moça dentro do meu carro, e lhe cobri com um lençol.

Deixei ela em uma quitinete minúscula na w3sul, ela insistiu para eu entrar, mais eu recusei. Fui embora, ela ficou me olhando da sacada do prédio de dois andares, seus cabelos aparados na altura do ombro, pintados de vermelho brilhavam com a claridade da luz…

Rodei, rodei e não ouve mais nem um chamado, a imagem da moça caindo no chão sem roupas não saiam da minha cabeça, como tinha sujeito sem futuro, e mais sem futuro era aquela profissão, uma das mais antigas do mundo. Voltei na intenção de tomar um café com ela. Subi correndo pelas escadas toquei a campainha insistentemente.

Uma moça de cabelos pretos lisos e compridos apareceu na porta escancarando-a, usava uma camisola, preta, curtinha, mostrando um corpo esguio.

— Acho que bati na porta errada eu disse, e já ia saindo, mais ela me segurou pelo braço dizendo.

— Não seu bobo, bateu na porta certa, sou eu, a moça que você salvou.

Fiquei olhando como se fosse a primeira vez que a via, e era mesmo, por que ela estava linda.

— Mais seu cabelo?

— Aquilo era uma peruca. Fui convidado a entrar e ficamos um tempo conversando, ela me contou como a vida estava difícil, mal ganhava para pagar o aluguel e comer. Entre uma conversa e outra, perguntei seu nome e ri quando ela me disse.

Meu nome é Maria Esperança. Meu Deus! quem te deu esse nome criatura? Ela me disse: — Só pode te sido minha mãe…

Já passava do meio dia quando acordei na cama da Esperança, ela me olhava dormir, segurando uma caneca de café, e, havia outra em uma bandeja de acrílico, também tinha uma maçã vermelha e dois ou três biscoitos de agua e sal.

— É tudo que eu tenho para te oferecer depois de tudo que você fez por mim…

Fiquei olhando para ela lembrando dos momentos prazerosos que tivemos poucas horas atrás, a tanto tempo que uma mulher não me amava daquele jeito, então lhe propus.

— Bom eu não sou um milionário como no filme uma linda mulher, mais se quiser ficar comigo garanto seu aluguel e comida o que achas?

— E você vai confiar em mim? Ela me perguntou:

— . Não! — confio na sua palavra, enquanto não lhe ver na rua de novo, vou acreditar em você. Ela caiu em cima de mim dizendo:

— Você sabe quantas pessoas já acreditaram em mim? — talvez nem uma, que eu me lembre, você é a primeira que me fala desse jeito.

Nos amamos com mais intensidade.

Voltei para o Rio de Janeiro e terminei de vez meu casamento fracassado. Na saída minha ex mulher gritou com raiva:

— Vai… tomara que arrume uma puta pra ficar com você.

— Já arrumei, o nome dela é Esperança vive em Brasília. “Falei a verdade, quem não acreditou foi ela…”